quinta-feira, 14 de junho de 2012

13 de junho de 2012.
Estava com consulta médica marcada para as 8:45 nesta manhã; por isso ajustei o telefone para despertar às oito - quarenta e cinco minutos é tempo suficiente para levantar, tomar um banho e ir ao consultório médico. Quando o telefone tocou às oito permaneci inerte na cama, tomado pelo sono. A função "soneca" do aparelho disparava várias vezes, de cinco em cinco minutos, e apesar estar consciente dos toques que alertavam para meu compromisso, o sono entorpecia de maneira tal que eu me auto-indugênciava em permanecer deitado, sempre me permitindo desfrutar do estupor sonífero "por somente mais cinco minutos". Toda essa languidez foi certamente devida a não ter tomado pelo menos meio comprimido de ritalina, na noite de ontem, imediatamente antes de pegar no sono. Resultado: em determinado momento olhei para o display do celular e percebi que estava em cima da hora de meu horário de consulta. Saltei da cama, meti as pernas no primeiro jeans que me apareceu à vista no guarda-roupas, vesti uma camiseta e jaqueta qualquer e saí às pressas para a rua. Tive a sorte de encontrar um táxi disponível tão logo deixei meu prédio, e assim consegui chegar à clínica a tempo de não perder a consulta de retorno com o médico (ainda que quase quinze minutos atrasado). Após analisar cautelosamente meus exames de endoscopia digestiva, ultrassom e de sangue (bilirrubinas, hepatite, colesterol etc.), explicou-me que minha condição de saúde está perfeitamente dentro do padrão normal: fígado em ótimo estado de suas funções, assim como o estômago. Apenas minha taxa de colesterol se mostrava um pouco mais elevada que o normal - nada exagerado -, ao que o médico somente me recomendou dar mais atenção à qualidade de minha alimentação, dizendo-me enfim que não seria o caso de me receitar qualquer medicamento. Recomendou-me voltar a consultá-lo dentro um ano, se possível, apenas a título de prevenção ou acompanhamento. Agradeci-lhe o bom atendimento, desejei bom dia e deixei o consultório com um sorriso contente estampado em meu rosto.
Precisei passar apressadamente em casa a fim de preparar o material de treino para minha prática marcial programada para a noite: suplemento de aminoácidos, creatina e sinefrina, além da calça larga própria dos treinos e uma camiseta limpa.
No trabalho, apresentei à coordenadora o atestado de comparecimento fornecido pelo médico, para fins de regularização do meu atraso ao serviço neste dia.
O treinamento de hoje foi longo e exaustivo (pois decidi fazer duas aulas em sequência já que pretendo descansar na sexta em razão do boxing agendado na academia para sábado).

Caminhei de volta para meu apartamento no Bexiga fisicamente bastante exausto, como seria de se supor. Jantei na casa de meus pais já por volta da meia noite. Meus pais estavam sem assunto comigo, e eu, de minha parte, sem assunto com eles. Foi um jantar silencioso, deveras. As coisas que minha mãe disse domingo, numa repetição das mesmas coisas que ela menciona com frequência no sentido de comparar a mim e meus irmãos com os filhos dos outros, sei que ela não faz por mal - apenas não consegue enxergar; é um ser humano com capacidade de compreensão limitadíssima para muitos aspectos sobre como viver uma boa vida, e de saber lidar apropriadamente com os sentimentos de um filho. A pessoa que mais sofre em tais condições, disso tenho certeza, é ela própria. Às vezes pergunto-me se haveria algo que pudesse fazer no sentido de propiciar uma maior amplidão no nível de lucidez na maneira como meus pais enxergam as coisas. Se existe algum meio (e eu já tentei vários), com certeza ainda não descobri qual é. Hoje, percebo que não só sou incapaz de incutir-lhes o interesse por novas formas de interpretar a realidade, como também vejo que nem seja essa a minha missão.

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