sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sexta-feira (até que enfim!), 15 de junho de 2012.
Consegui despertar por volta das oito e meia da manhã relativamente bem-disposto e sem grande sonolência, condição que atribuo à dosagem de 10mg de ritalina que tomei ontem imediatamente antes de dormir. Estudei linguagem Java nas videoaulas baixadas da internet; tudo aqui mesmo pelo computador, nada de livros. Pessoalmente, sou da opinião de que livros didáticos ou manuais de instrução serão objetos do passado a habitar museus. Lembro-me de um assunto estudado na minha pós-graduação acerca das múltiplas formas de aprendizagem, de fixação de um conhecimento: podemos aprender através da leitura, da audição, da leitura combinada com audição, ou ainda por meios visuais. Hoje, sabe-se que o método visual é o mais rápido e eficaz ao aprendizado para a maioria absoluta dos seres humanos. Sou prova viva disso, ao constatar que aprendo bem mais rapidamente, e com mais eficiência, assistindo às videoaulas recheadas de exemplos, testes, exercícios e visualizações dinâmicas, do que consigo aprender através de um livro ou apostila com simples textos e gráficos (por mais perfeitamente ilustrado que esteja o material de leitura). Obviamente que nem só de livros didáticos e manuais vive a leitura, e a literatura viverá para sempre na forma do texto narrativo e poético; estando o saber filosófico e histórico eternizado na forma discursiva escrita já há muitos séculos. Em suma, quero dizer que não levará muito tempo até que livros de matemática ou física sejam extintos. Pelo menos é isso o que posso prever; e confesso que é isso o que desejo.
Voltando ao meu dia, estudei Java por cerca de meia hora ou mais durante a manhã. Fui trabalhar (sem atrasos hoje - a não ser os quinze minutos de tolerância, por certo), e tive um dia agradável no serviço. Sem advogados que criassem polêmica por causa de processos, prazos etc. Fui ao dentista à tarde, sendo que não houve tempo de fazer um almoço antes da hora marcada no consultório. O Dr. Vinicius fez o orçamento do serviço para reconstrução de um dente posterior no maxilar: R$ 800 (400 USD) para um material de resina da cor natural do dente, ou R$ 550 (275 USD) para um dente metálico, prateado. Esclareceu-me ainda que o dente de resina pode não ser tão resistente quanto o metálico, o que me levou a optar definitivamente pelo metal prateado (mais resistente, mais barato). Já que se trata de um dos dentes mais posteriores, o tom prateado estará praticamente invisível a qualquer interlocutor. Almocei após a consulta - somente por volta das quatro da tarde -, e voltei ao trabalho. No caminho de volta aproveitei a oportunidade de tirar uma foto do viaduto adjacente ao prédio onde trabalho. Há menos de um ano eu descia por ele quando percebi uma pequena aglomeração junto à grade lateral: embaixo jazia o corpo de um suicida estirado na calçada, coberto com tecido branco. Era possível ver que se tratava de um homem de médio porte, estando o tecido manchado de sangue à altura da cabeça, com algum sangue esparramado na calçada e proveniente, ao que parece, também da região do crânio. Perguntei sobre o ocorrido a uma vendedora de rua a meu lado, que também olhava curiosamente o morto. "Ele subiu na amurada e se atirou, simplesmente isso". Meses depois, descendo o mesmo viaduto em minha caminhada de volta para casa, defrontei-me com viaturas e pessoal da polícia militar e corpo de bombeiros, além de uma ambulância. Infiltrei-me novamente na aglomeração e descobri que se tratava de um suicídio tentado. Um homem baixo e atarracado de pele clara e cabelos escuros, sem camisa e vestindo apenas bermuda e calçando sandálias simples, estava cercado por policiais e conversava frente a frente com um dos militares mais próximos. O semblante do homem transparecia serenidade e alívio como o de quem acabara de resolver um grande problema; e da mesma forma parecia a expressão do militar com quem conversava.
Ao aproximar-me do meu lugar de trabalho, lembrei-me dessas histórias e resolvi tirar uma foto do viaduto só para postar neste Blog:



Trabalhei tranquilo até o fim do expediente, que prolonguei até às seis e meia (meu horário normal de saída é às seis da tarde). Encontrei minha amiga e colega de trabalho Tania na saída do prédio e fomos caminhando até à adega próxima, onde tomamos duas ou três taças de vinho tinto - tomei duas e ela três. Disse-me que vai a um "pagode" com o marido e algumas amigas amanhã à tarde e me convidou a comparecer neste encontro, dizendo-me ainda que estará presente uma amiga muito bonita a quem gostaria de me apresentar. Eu não neguei o convite com palavras exatas, mas com certeza expressei de outras formas minha indisposição quanto ao tal pagode. Tenho dois grandes motivos para não ir: primeiro que não gosto de pagode; e segundo, não me interessa romancear nenhuma mulher que goste de pagode. Terminado nosso vinho e nossa conversa, acompanhei a Tania até um ponto de ônibus nas proximidades e caminhei mais uns poucos minutos até chegar em casa.



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